Lucro sobe 5,6% no trimestre; carteira de crédito avança 6,7% e supera R$ 1 trilhão, enquanto inadimplência de pessoa física passa de 3,6% para 3,8% na base trimestral
O Itaú Unibanco (ITUB4) teve um lucro líquido recorrente de 7,159 bilhões de reais no quarto trimestre de 2021, um salto de 32,9% em relação ao mesmo período de 2020, segundo o resultado divulgado na noite desta quinta-feira, dia 10. O crescimento foi de 5,6% em relação ao terceiro trimestre.
O ganho superou o consenso das projeções de mercado, que apontava para 6,696 bilhões de reais. Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) anunciaram nos últimos dias lucros que ficaram aquém das estimativas, o que levou à queda das respectivas ações.
No acumulado do ano, as ações preferenciais do Itaú acumulam valorização de quase 20%.
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No ano completo de 2021, o maior banco privado do país teve alta de 45% em seu lucro na comparação com o ano anterior, para 26,879 bilhões de reais.
O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) ficou em 20,2% no quarto trimestre, versus 16,1% um ano antes. No terceiro trimestre, estava em 19,7%.
O presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, disse em nota que a instituição está pronta para voltar a crescer neste ano a despeito das condições adversas da economia.
"Esperamos expandir nossa carteira de crédito de forma sustentável e retomar os resultados recorrentes em níveis superiores aos de antes da pandemia", disse o executivo. "Nossa perspectiva para 2022 considera a manutenção da trajetória de recuperação e de bons resultados que obtivemos no ano passado."
No Brasil, a projeção do Itaú é crescer a carteira de crédito entre 11,5% e 14,5% em 2022.
Maluhy afirmou ainda que o conglomerado começou o ano com "avanços importantes" em sua transformação cultural e digital, que se refletiram nos resultados do quarto trimestre.
Carteira de crédito e inadimplência
O banco teve um forte impulso de seu produto bancário, que saltou de 114,785 bilhões de reais em 2020 para 125,601 bilhões de reais no ano passado. O dado é a soma das margens do banco e das receitas com outros produtos e serviços.
A carteira de crédito do Itaú foi a 1,027 trilhão de reais no fim do ano passado, com alta de 18,1% em relação ao mesmo período de 2020. Na comparação com o terceiro trimestre, o avanço foi de 6,7%.
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Com o crescimento das operações de crédito do banco, a margem financeira com clientes também subiu: foi a 19,906 bilhões de reais, com alta de 24,3% no espaço de um ano e de 13,2% em relação ao terceiro trimestre.
No total, a margem financeira gerencial do Itaú avançou 20,6% entre o quarto trimestre de 2020 e o mesmo período do ano passado, para 21,205 bilhões de reais.
Por outro lado, o custo do crédito, que indica as despesas do Itaú com provisões para inadimplência, entre outros fatores, subiu 2,8% no espaço de um ano, para 6,2 bilhões de reais. As despesas com provisões, sozinhas, somaram 6,827 bilhões de reais, com expansão de 21% em um ano e de 23,5% em um trimestre.
A inadimplência acima de 90 dias, por sua vez, caiu 0,1 ponto porcentual (p.p) entre o terceiro e o quarto trimestre, para 2,5%, mas subiu 0,2 p.p. no espaço de um ano. Considerada apenas a operação brasileira, a inadimplência foi de 2,8%, estável em relação a setembro, mas com alta de 0,1 ponto em um ano. A de pessoas físicas no Brasil subiu de 3,6% para 3,8% na comparação trimestral.
Um dos destaques foi o crescimento do Iti, o banco digital do Itaú com conta grátis, que atingiu 14,6 milhões de clientes, dos quais mais de 66% têm menos de 35 anos. No quarto trimestre, o Iti conquistou 4,7 milhões de clientes, sendo que 86% não possuíam relacionamento prévio com o Itaú Unibanco.
É um segmento em que o Itaú bate de frente com novos bancos como Nubank (NUBR33), Inter (BIDI11, BIDI4) e C6 Bank e outros mais tradicionais como Banco Pan (BPAN4).
O CFO (executivo-chefe financeiro) do Itaú, Alexsandro Broedel, disse que o banco está conseguindo ampliar a satisfação de seus clientes graças ao investimento no modelo digital e que, ao mesmo tempo, tem obtido resultado financeiro. "Saímos desse período fortalecidos e muito bem posicionados para mantermos a rota de crescimento em 2022."
(Com Estadão Conteúdo)