Francisco também pediu um equilíbrio maior entre uma economia de livre mercado e a necessidade de ajudar os necessitados e proteger o meio ambiente
Nações deveriam direcionar o dinheiro gasto com armamentos para a educação, disse o papa Francisco em sua mensagem de paz anual, afirmando que gastos militares têm crescido às custas de serviços sociais.
Na mensagem divulgada nesta terça-feira para 1º de janeiro, o Dia Mundial da Paz da Igreja Católica, Francisco também pediu um equilíbrio maior entre uma economia de livre mercado e a necessidade de ajudar os necessitados e proteger o meio ambiente.
Ele dedicou cerca de um terço da mensagem de quatro páginas à educação, dizendo que houve uma "redução significativa" nos gastos com educação e treinamento em todo o mundo enquanto os dispêndios militares aumentaram acima dos níveis do final da Guerra Fria e "parece certo que crescerão exorbitantemente".
"Está mais do que na hora, então, de os governos desenvolverem políticas econômicas que visem inverter a proporção de fundos públicos gastos com educação e com armamentos", disse ele na mensagem, que é enviada a chefes de Estado e a organizações internacionais.
"A busca de um processo genuíno de desarmamento internacional só pode se mostrar benéfica para o desenvolvimento de povos e nações, liberando recursos financeiros melhor usados para saúde, escolas, infraestrutura, cuidados com a terra e assim por diante", disse ele.
As proporções de gastos militares e de educação variam entre países. Os EUA têm o maior orçamento para defesa no mundo, com mais de 770 bilhões de dólares, equivalente a mais de 10% do produto interno bruto do país.
Os americanos são seguidos de China (250 bilhões) e Índia (mais de 70 bilhões). Os gastos militares têm crescido de forma sustentada nos últimos anos.
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