O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou nesta sexta-feira (10) que "serão necessárias mais discussões" para um acordo com a Argentina, após reuniões esta semana entre o pessoal técnico da organização e funcionários do governo de Alberto Fernández.
A Argentina é o maior devedor do FMI e está em recessão desde 2018. O país negocia desde junho do ano passado as condições para refinanciar um empréstimo de 44 bilhões de dólares com o Fundo.
"Houve avanços no trabalho técnico entre a delegação argentina e a equipe do FMI [...] para se chegar a um programa apoiado pelo FMI [...] mas serão necessárias mais discussões", afirmou o Fundo sobre as conversas realizadas entre 5 e 10 de dezembro em Washington.
Funcionários do Ministério da Economia e do Banco Central da Argentina chegaram a Washington no último sábado para reuniões com a equipe liderada por Julie Kozack, subdiretora para as Américas no FMI, e Luis Cubeddu, chefe de missão para a Argentina.
Em seu comunicado, o FMI reconheceu uma "recuperação mais forte que a esperada na atividade econômica e nos investimentos" no país sul-americano, mas destacou que é necessário melhorar "as finanças públicas", além de criar "políticas para acumular reservas internacionais" e "enfrentar a persistente e alta inflação".
A Argentina busca fechar um novo programa com o FMI pelo empréstimo de 57 bilhões de dólares concedido em 2018, durante o governo de Mauricio Macri, dos quais o órgão já disponibilizou 44 bilhões. Seu sucessor, Fernández, rechaçou as parcelas pendentes do empréstimo após assumir em dezembro de 2019.
Em 2021, a Argentina já realizou pagamentos de US$ 1,9 bilhão em amortização de capital para o Fundo e de 1,3 bilhão em juros. O governo anunciou que realizará o próximo pagamento previsto, de 1,8 bilhão, antes de 18 de dezembro.
Se não chegar a um acordo para o refinanciamento da dívida, a Argentina terá que pagar ao Fundo o restante do crédito em cotas até 2024, e a maior parte do montante deverá ser quitada nos anos de 2022 e 2023.