As dificuldades da empresa, com uma dívida superior a 300 bilhões de dólares, provocaram inquietação nos mercados
O grupo imobiliário chinês Evergrande está planejando o que poderá virar a maior reestruturação de uma dívida na China e que reuniria todas as suas obrigações 'offshore', segundo informações da imprensa.
As dificuldades da empresa, com uma dívida superior a 300 bilhões de dólares, provocaram inquietação nos mercados e para o conjunto da economia da China, que tem 25% de sua riqueza procedente do setor imobiliário.
Os períodos de carência para quitar os juros de dois títulos de 82,5 milhões de dólares terminaram na segunda-feira e, caso não tenham sido cumpridos, seriam as primeiras faltas de pagamento do grupo que até agora conseguiu evitar a falência.
No âmbito da reestruturação, a Evergrande criou um "comitê de gestão de crise", integrado por sete pessoas (dois executivos do grupo e cinco dirigentes de entidades estatais).
O comitê foi criado "em vista dos desafios operacionais e financeiros" que a Evergrande enfrenta, de acordo com um comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong.
A criação do órgão indica um maior envolvimento do governo chinês, que há alguns dias convocou os executivos da Evergrande depois que afirmarem que poderiam ficar sem recursos para cumprir suas obrigações.
O governo da província de Cantão enviará uma equipe de trabalho à empresa, o que analistas da consultoria Jefferies interpretaram como "uma possível tomada de controle da Evergrande".
Além disso, a agência Bloomberg News informou que a Evergrande planejava incluir as obrigações de seus títulos 'offshore' públicos e privados em uma reestruturação.