Anúncio indica que a ômicron começou a ser transmitida entre pessoas nos Estados Unidos
Um caso da variante ômicron do coronavírus foi detectado no estado de Minnesota, no norte dos Estados Unidos, em uma pessoa que esteve em Nova York, mas que não viajou recentemente ao exterior, anunciaram nesta quinta-feira (2) as autoridades sanitárias locais.
Este anúncio indica que a ômicron começou a ser transmitida entre pessoas nos Estados Unidos.
Assim como no primeiro caso de ômicron detectado nos Estados Unidos, confirmado na quarta-feira na Califórnia (oeste), o paciente em Minnesota estava vacinado e apresentava sintomas leves, dos quais já se recuperou, segundo os funcionários.
- Quer saber tudo sobre o desenvolvimento e eficácia de vacinas contra a covid-19? Assine a EXAME e fique por dentro.
O homem voltou para a região metropolitana de Minneapolis após participar de uma convenção de "animê" na cidade de Nova York, realizada entre 19 e 21 de novembro, antes de apresentar sintomas em 22 de novembro e fazer um exame diagnóstico dois dias depois.
"Esta notícia é preocupante, mas não é uma surpresa", disse o governador de Minnesota, Tim Walz, em um comunicado, elogiando os esforços de sequenciamento genético e testes do vírus em seu estado.
A transmissão comunitária nos Estados Unidos era esperada pelos epidemiologistas, apesar da decisão de Washington de proibir a entrada de viajantes de vários países da África austral, depois que a África do Sul reportou a identificação da nova cepa do vírus, em 24 de novembro.
Este segundo caso de ômicron nos Estados Unidos foi anunciada um dia depois de os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) anunciarem o primeiro caso confirmado no país após um exame em um viajante com esquema vacinal completo, que tinha voltado recentemente da África do Sul e estava se recuperando de sintomas leves.
As autoridades sanitárias dos Estados Unidos estão pedindo a todos os maiores de cinco anos a tomarem a vacina anticovid e as doses de reforço assim que forem indicadas para sua faixa etária.
Os cientistas esperam que os exames laboratoriais em curso revelem em breve até que ponto a ômicron escapa da proteção das vacinas, mas contam com que os imunizantes continuem sendo parcialmente eficazes, especialmente contra casos graves de covid-19.
Anthony Fauci, assessor científico do governo americano, afirmou na quarta-feira que a experiência com outras variantes de preocupação, como a delta, demonstrou que os reforços são uma boa ideia porque aumentam a quantidade de anticorpos no sistema imunológico das pessoas, alguns dos quais continuarão sendo eficazes para deter novas variantes.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentou nesta quinta-feira sua estratégia para combater as variantes do coronavírus Ômicron e Delta durante o inverno, incluindo testes de Covid-19 gratuitos no país e financiados por seguradoras e novas exigências para viajantes internacionais.
O governo dos EUA exigirá que as seguradoras de saúde privadas reembolsem seus 150 milhões de clientes por 100% do custo dos testes de Covid-19 domiciliares e sem receita, disseram autoridades do governo, e disponibilizem mais 50 milhões de testes gratuitamente em clínicas rurais e centros de saúde para os não segurados.
"Vamos lutar contra essa variante com ciência e velocidade, não com caos e confusão", disse Biden no Instituto Nacional de Saúde em Maryland, enquanto alertava que as infecções aumentarão neste inverno no hemisfério norte.
"As ações que estou anunciando são aquelas que todos os americanos podem apoiar e devem nos unir na luta contra a Covid-19", disse ele.
O governo está pedindo a todos os norte-americanos elegíveis que tomem vacinas ou doses de reforço para combater a Ômicron, que está se espalhando rapidamente pelo mundo, e irá aumentar os locais de vacinação para as famílias e expandir a disponibilidade nas farmácias.
Menos de 60% da população dos EUA, ou 196 milhões de pessoas, foram totalmente vacinadas, uma das taxas mais baixas entre as nações ricas.
Os Estados Unidos também planejam exigir que os passageiros internacionais sejam testados para Covid-19 a um dia do embarque, independentemente do status de vacinação. Os requisitos de máscara em aviões, trens e veículos de transporte público serão estendidos até 18 de março.
(Com AFP e Reuters)