Especialistas dos EUA recomendam autorização de pílula anticovid da Merck
A votação, que aconteceu após um dia de debates transmitidos ao vivo, foi apertada, com 13 votos a favor e 10 contra o uso da nova pílula
Um painel de especialistas em saúde designado pelo governo dos Estados Unidos respaldou nesta terça-feira (30) a pílula anticovidda Merck para pacientes adultos de alto risco que estão dentro do período de cinco dias desde que sentiram os primeiros sintomas do vírus.
A votação, que aconteceu após um dia de debates transmitidos ao vivo, foi apertada, com 13 votos a favor e 10 contra o uso da nova pílula. A recomendação do painel é consultiva e uma decisão final cabe à agência americana de medicamentos (FDA).
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O tratamento antiviral da Merck, o molnupiravir, era muito esperado porque é fácil de administrar: basta tomar um comprimido em casa cinco dias após o surgimento dos sintomas da covid-19.
"Esta é a primeira oportunidade para a existência de um tratamento oral" fora do hospital para casos leves a moderados da doença, observou David Hardy, membro do comitê que se pronunciou a favor da autorização de emergência.
No entanto, vários especialistas, incluindo aqueles que votaram a favor de autorizar o tratamento, consideraram a decisão "difícil".
Eles estavam particularmente preocupados com o fato de sua eficácia ter caído para 30% contra hospitalizações e mortes, de acordo com documentos divulgados na sexta-feira, considerando o número total de participantes do ensaio clínico.
Os resultados preliminares em apenas uma parte dos participantes sugeriram inicialmente 50% de eficácia.
Especialistas também levantaram preocupações sobre a possibilidade de que o tratamento introduza novas mutações indesejadas do vírus, criando novas variantes, como resultado da tecnologia que a Merck utiliza.
"Acho que o efeito geral (do tratamento) na população total do estudo é modesto, na melhor das hipóteses", advertiu o membro do comitê Sankar Swaminathan, explicando seu voto contra a recomendação.
"O risco de efeitos mutagênicos não está firmemente estabelecido ou caracterizado", acrescentou.
Muitos especialistas também consideram que as mulheres grávidas devem evitar este tratamento, ou pelo menos favorecer outros, como os anticorpos sintéticos, quando disponíveis.
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