Enquanto países da Europa anunciam novas restrições que incluem lockdown total, instituições financeiras ignoram a pandemia em reatórios de riscos para 2022
Um novo choque da pandemia pode pegar operadores e estrategistas de investimento desprevenidos.
Enquanto países da Europa anunciam novas restrições que incluem lockdown total, relatórios de pesquisa que destacam riscos e oportunidades para 2022 parecem ignorar completamente o coronavírus. A palavra ?lockdown? nem mesmo é mencionada em previsões para a Europa no ano que vem divulgadas pelo Goldman Sachs e Morgan Stanley.
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Em levantamento do Bank of America esta semana, gestores de fundos classificaram a Covid-19 como apenas o quinto maior risco de cauda, sendo que apenas 5% mostraram preocupação sobre o possível impacto nos mercados. Inflação, aumento dos juros pelos bancos centrais, estagnação do crescimento chinês e bolhas de ativos estão no topo da lista.
Em relatório de 72 páginas sobre as perspectivas para 2022 divulgado esta semana, a UBS Global Wealth Management afirma que seu cenário central é que a atual onda da pandemia ?não se intensifique a ponto de novos lockdowns serem necessários?. O relatório foi publicado um dia antes das restrições da Áustria e alertas de que a Alemanha pode ter que seguir pelo mesmo caminho.
Os mercados acionários europeus ainda sinalizam otimismo. Enquanto ações de viagens e lazer registraram forte queda com as notícias, o índice de referência Europe Stoxx 600 perdeu apenas 0,6% na sexta-feira, muito longe do pânico do mercado causado pelos lockdowns do ano passado.
Um relatório do HSBC de outubro detalhando o que poderia dar errado em 2022 talvez ajude a explicar a reação mais tranquila. Uma nova onda de Covid não precisa ser necessariamente uma má notícia para os mercados, porque ?os sinais de superaquecimento da demanda podem desaparecer, o que reduziria a preocupação em torno da estagflação e do aperto prematuro dos bancos centrais?, escreveram estrategistas liderados por Max Kettner.