O C&A Pay deve acelerar compras digitais e facilitar compras no ambiente físico - colaborando com a estratégia da marca de integrar cada vez mais a experiência em ambos os canais
A C&A vai lançar no mercado brasileiro uma nova solução de pagamentos digital: o C&A Pay, cartão digital que deve facilitar a adesão de mais clientes à solução de pagamentos da companhia -- uma vez que pode ser contratado digitalmente, em menos de cinco minutos, e usado tanto para compras no site quanto para compras na loja física.
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A nova solução de pagamentos vem a partir da recompra de direitos de oferecer serviços e produtos financeiros até então explorados de forma exclusiva pelo Grupo Bradesco. Para garantir a oferta de forma 100% independente, a C&A investiu R$ 415 milhões, valor que deverá ser liquidado em janeiro de 2023 e corrigido a partir de 31 de janeiro de 2022 a 112,5% do CDI, como informou a companhia em fato relevante. Ainda segundo o comunicado, haverá uma transição entre os produtos hoje comercializados pelo Bradesco e a C&A, sendo que ambos devem coexistir pelos próximos dois anos.
Em relação à nova solução digital de pagamentos -- um ponto cada vez mais valorizado pelo varejo, já que traz margens melhores do que a própria venda de produtos em si -- o objetivo inicial é oferecê-la à base de membros do programa de relacionamento C&A&Vc. ?Temos 18 milhões de pessoas dentro desse programa e esse é o produto mais próximo a entrar em contato com o novo cartão digital da C&A. Além disso, entram mais de 1 milhão de pessoas na loja todos os dias e todas serão potenciais usuários do C&A Pay?, afirma Paulo Correa, CEO da C&A, à EXAME. A companhia ainda não revela qual é a meta de usuários do novo cartão para 2022.
Para ajudar a convencer usuários a fazerem o novo cartão da loja, a C&A aposta numa experiência simples: conseguir fazer o cartão on-line, em menos de cinco minutos, e poder utilizá-lo nas compras do site (com opções de pagamento diferenciadas em relação aos métodos tradicionais de pagamento) e na loja física, apenas usando o CPF e a senha. Por enquanto, a C&A não dará incentivos como cashback para quem aderir ao cartão digital, mas apenas as vantagens já conhecidas com o cartão físico: 10% de desconto na primeira compra e opções diferenciadas de parcelamento em relação ao crédito tradicional.
?O cartão não tem fatura física, tudo é resolvido no app. Queremos construir essa história primeiro junto ao C&A&Vc, que já enlogba pessoas que têm alta afinidade com a marca?, diz Fernando Brossi, vice presidente da C&A.
Questionado a respeito de tornar este o primeiro passo para construir uma carteira digital própria da C&A -- um passo similar ao do Mercado Livre com o Mercado Pago --, o CEO afirma que a empresa está ?muito consciente de tentar entender cada uma dessas oportunidades e que certamente existe potencial para muitos produtos e serviços financeiros?, mas que, nesse primeiro ano, a companhia estará focada no desenvolvimento e no lançamento do C&A Pay.
Motivos para investir no cartão digital, não faltam para a companhia. No segundo trimestre (os dados do 3º tri serão divulgados nesta quarta-feira), a C&A teve receita líquida de R$ 191 milhões na operação de e-commerce, um aumento de 36,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Para continuar crescendo, a companhia fez um investimento recorde em plataformas digitais, de R$ 141,6 milhões, valor 212,6% maior do que o registrado no segundo trimestre do ano passado.
Em crédito, a companhia aproveita o bom momento para acelerar: no segundo trimestre, a receita proveniente da parceria com a Bradescard foi de R$ 37,7 milhões, aumento de 137% em relação ao mesmo período do ano passado. E ainda há potencial para crescer, já que o crédito oferecido pelo negócio representava, no trimestre anterior, apenas 15,4% das vendas.
Na esteira do que o Magalu fez em abril deste ano, ao lançar o MagaluPay, a C&A mostra que está alinhada às novas estratégias digitais de pagamento do varejo, integrando cada vez mais uma experiência omnicanal. Em termos de concorrência direta, a companhia mostra que está pronta para a competição. Para citar um exemplo, a Renner espalhou totens nas lojas físicas explicando que consumidores podem, agora, pagar compras usando o próprio celular, sem pagar filas.
É o varejo omnicanal dominando o pós-pandemia, uma tendência que só deve crescer ao longo dos próximos anos.
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