Com novos cursos superiores e MBAs, a escola planeja surfar a onda do aquecimento do mercado de tecnologia nacional
O Ibmec, conhecida escola de negócios brasileira adquirida pelo grupo Yduqs (antiga Estácio) em 2019, está tentando colocar sua marca também no promissor mercado de tecnologia nacional. A escola, que lançou neste semestre quatro MBAs de tecnologia, disponibiliza agora novos cursos de maior duração para a área.
No próximo vestibular, que está com inscrições abertas até 17 de novembro, estão abertos para inscrições os cursos de Ciência de Dados e Inteligência Artificial, com duração de quatro anos, e os de Full Stack Development e Cyber Security, com dois anos e meio de duração cada. As aulas serão presenciais nos campi do Rio de Janeiro.
Em entrevista à EXAME, o reitor do Ibmec, Marcos Lemos, disse que o novo foco em tecnologia é resultado de um monitoramento do mercado brasileiro por parte da escola, que percebeu uma demanda crescente por cursos que preparem os alunos para a nova economia digital. "Criamos cursos que atendem às novas necessidades do mercado, mas que também formam no lado de negócios", diz o reitor.
Nos MBAs, por exemplo, as habilidades comportamentais (chamadas soft skills, no jargão do mercado) são tão importantes quanto às técnicas. Os cursos foram estruturados em torno da resolução de casos reais de empresas para que os alunos pudessem exercitar a interação com os colegas na hora de resolver projetos. Os professores, nas palavras do próprio reitor, não são "acadêmicos puros": todos têm algum contato com o dia a dia do mercado de tecnologia.
?Hoje, a tecnologia está em tudo, e a interação do profissional de TI não é mais apenas com o computador. Além dos conhecimentos técnicos, o mercado busca pessoas que saibam se comunicar melhor, atuar em equipe e que tenham uma visão de negócio?, afirma Priscila Simões, diretora de ensino do Ibmec.
Neste primeiro semestre dos cursos de MBA, a escola viu que profissionais formados em economia, administração e direito foram os que mais buscaram os cursos, que não exigem habilidades prévias nas áreas. "Somos procurados muitas vezes por pessoas que querem aprofundar suas habilidades em áreas que não dominam, mas com as quais já convivem. Como o curso é estruturado em cima de projetos, as pessoas conseguem ter evidências de que são proficientes, o que as ajuda a galgar posições no trabalho", diz o reitor.
Para construir as trilhas de tecnologia, o Ibmec usou uma rede de consultores e empresas parceiras, desde startups que estão nos seus hubs de inovação até gigantes como Amazon, Microsoft e Google.
O investimento da escola não é à toa: o mercado de tecnologia vive um boom desde o começo da pandemia, já que empresas tradicionais precisaram acelerar sua transformação digital e as startups conquistaram mais espaço e capital ? o ano já é recorde no ecossistema de inovação, com US$ 8 bilhões recebidos pelas startups brasileiras até o final de outubro, 120% a mais que o total do ano passado.
Essa movimentação vai resultar em mais vagas abertas para profissionais de tecnologia. Segundo um relatório da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, o déficit de profissionais na área no Brasil pode chegar a 260.000 até 2024.