Na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, pesquisadores implantaram aparelho no cérebro de voluntários
Estimativas da OMS apontam que, no mundo todo, pelo menos 350 milhões de pessoas convivam com a depressão. É a principal causa de incapacidade em todo o mundo e contribui de forma importante para a carga global de doenças, ainda segundo a Organização. Ainda assim, um em cada três pacientes não responde aos remédios tradicionais, o que aumenta a busca por novas soluções capazes de tratar a doença. Nesse sentido, um estudo conduzido nos Estados Unidos criou uma espécie de marca-passo para controlar a depressão.
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De acordo com informações do NYT, pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco, implantam de forma cirúrgia um aparelho do tamanho de uma caixa de fósforos, operado por bateria, no cérebro de voluntários. A matéria ainda cita o caso de uma dessas pacientes, identificada como Sarah, que apresentou remissão expressiva da doença: se antes ela não conseguia nem mesmo morar sozinha, agora já voltou a estudar e ajuda a cuidar da própria mãe.
Para chegar a esse resultado, os pesquisadores estudaram o padrão cerebral de Sarah por 10 dias, com vários eletrodos e perguntas sobre os sentimentos dela, enquanto forneciam estímulos em doses e locais variados. Essa fase permitiu identificar onde os eletrodos do "marca-passo" seriam colocados, com estímulos fornecidos de forma contínua. Segundo um dos autores do estudo, o objetivo é que esse estímulo seja capaz de produzir padrões diferentes de atividade neural, amenizando os sintomas da depressão.
Esse é o primeiro caso documentado de uma técnica chamada de estimulação cerebral profunda para tratar a depressão, publicado na revista científica Nature Medicine. Esse tipo de estímulo já era usado anteriormente para tratar a doença de Parkinson, mas, até agora, não foi aprovado por agências reguladoras de saúde porque não há resultados em número suficiente para comprovar a segurança e eficácia desse método.
Mais tratamentos alternativos contra a depressão
A busca por resultados em tratamentos diferentes dos convencionais já trouxe várias pesquisas, publicadas recentemente. Uma delas diz respeito a como o gás do riso pode ajudar as pessoas que têm a doença. Nesse estudo, foram analisados 24 pacientes.
Cada um deles recebeu três tratamentos com cerca de um mês de intervalo. Um deles era respisrar um gás por uma hora -- a mistura meio a meio de oxigênio com óxido nitroso --, outro era respirar uma solução com 25% de óxido nitroso e, por fim, o terceiro tratamento era uma espécie de placebo, somente com oxigênio.
Com base nos dados coletados, a equipe concluiu que os tratamentos com o 'gás do riso' melhoraram a depressão em 17 participantes do estudo. Enquanto a dosagem "meio a meio" com oxigênio teve efeitos duas semanas após o tratamento, a dose com apenas 25% de óxido nitroso foi associada a menos reações adversas.
"A dose mais baixa foi quase tão eficaz quanto a dose mais alta no alívio da depressão, sem causar tantas náuseas nos participantes", afirma Conway.
Entre as 20 pessoas que completaram todos os tratamentos e exames de acompanhamento, 11 tiveram melhora significativa em pelo menos metade dos sintomas e oito foram consideradas em remissão -- ou seja, não estavam mais deprimidos, segundo o diagnóstico clínico.
Já no campo dos testes para identificar a doença, um exame de sangue pode ajudar a diagnosticar bipolaridade e depressão. O estudo para desenvolver esse teste foi realizado ao longo de quatro anos, com 300 participantes. Ao todo, a equipe dividiu o estudo em quatro etapas.