Seis gigantes dos investimentos que não acreditam no sucesso do bitcoin
Apesar de ter atraído nomes famosos do mercado financeiro nos últimos anos, bitcoin ainda é alvo de desconfiança para muitos; veja seis famosos que não aderiram às criptos
O crescimento do mercado de criptoativos trouxe uma série de nomes consagrados das finanças e dos investimentos para o setor nos últimos anos. Elon Musk, Ray Dalio, Bill Miller, Stan Druckenmiller e, mais recentemente, Barry Sternlicht são apenas alguns deles. Mas o bitcoin, claro, está muito longe de ser unanimidade no mercado financeiro - em especial entre pessoas de idade mais avançada.
Não são poucos os nomes famosos de Wall Street, do Vale do Silício ou de qualquer outro centro econômico ou de negócios relevante que se posicionam absolutamente contra o bitcoin e as criptomoedas de modo geral.
O caso mais emblemático é de Jamie Dimon, CEO do banco JPMorgan. Não por sua relevância, já que nomes muito mais conhecidos do grande público seguem pelo mesmo caminho, mas porque faz críticas com bastante frequência e, principalmente, porque mesmo se posicionando radicalmente contra os ativos digitais, sua empresa atua em diversas frentes relacionadas ao setor - oferecendo o investimento aos seus clientes e criando até uma criptomoeda própria.
Como Dimon, vários altos executivos dos EUA também já criticaram o bitcoin e deixaram claro que não têm o menor interesse em participar da onda que levou a criptomoeda a ganhos recordes - e que está próxima de atingir um novo recorde de preço. Confira seis deles:
Um dos investidores mais conhecidos e bem-sucedidos do mundo, fundador da oitava empresa mais valiosa do mundo, Warren Buffett é um dos alvos frequentes dos entusiastas dos criptoativos, já que sua opinião tem enorme poder de influência - e ele já se manifestou diversas vezes contra o setor.
"As criptomoedas basicamente não têm valor e não produzem nada. E o que você espera é que alguém apareça depois e pague mais do que você pagou, mas então essa pessoa terá um problema", disse, no ano passado, à CNBC. "Em termos de valor: zero", completou.
Michael Burry
Famoso por ter previsto (e lucrado com) a crise de 2008 e por ter sua história retratada no filme "A Grande Aposta", no qual foi interpretado pelo ator Christian Bale, o excêntrico Michael Burry já falou diversas vezes sobre criptoativos nas redes sociais. No Twitter, onde costuma apagar todas as suas publicações pouco depois delas irem ao ar, fez críticas recentes às criptomoedas-meme como dogecoin e shiba inu, mas também já falou várias vezes sobre o bitcoin.
"O bitcoin é uma bolha especulativa que traz muito mais riscos do que oportunidades, apesar dos seus proponentes estarem certos nos seus argumentos sobre o porquê ele é relevante no momento atual da história", publicou, em março. "A multidão com olhos de raio laser em suas fotos de perfil [brincadeira que surgiu no Twitter entre entusiastas do bitcoin] são todos robôs, gado, ou uma mistura dos dois", publicou na útlima semana. No último sábado, ele voltou a falar do assunto, perguntando aos seus seguidores "como se faz short de uma criptomoeda", sugerindo que poderá entrar no mercado para apostar contra ele.
Bill Gates
O lendário criador da Microsoft, que por vários anos ocupou o posto de homem mais risco do mundo, é outro que não se deixou levar pela onda das criptomoedas - apesar de sua companhia trabalhar em diversas frentes relacionadas à tecnologia blockchain, criada com a invenção do bitcoin.
"Eu realmente acho que as pessoas são levadas a essas manias, que podem não ter muito dinheiro para gastar, então não sou otimista com bitcoin, e meu pensamento geral seria que, se você tem menos dinheiro do que Elon [Musk], você provavelmente deveria assistir de fora", afirmou, em fevereiro, pouco depois da Tesla anunciar a compra de 1,5 bilhão de dólares em bitcoin.
Nassim Taleb
Formado em matemática, Nassim Taleb fez fortuna negociando opções e outros investimentos, e ficou famoso por livros como "A Lógica do Cisne Negro" e "Antifrágil: Coisas que se Beneficiam com o Caos". Ele já foi um defensor do bitcoin, mas mudou de lado.
Agora, usa as redes sociais para criticar o bitcoin e o mercado de criptoativos, e não é difícil encontrá-lo bastante exaltado com os defensores dos ativos digitais no Twitter. Em junho, publicou artigo de seis páginas chamado "Bitcoin, Moedas e Bolhas", em que dá quatro argumentos principais contra a criptomoeda. Segundo ele, o bitcoin falhou em se provar uma moeda; não é uma reserva de valor eficiente; não é eficaz como proteção contra a inflação e não é um "porto seguro" para investidores. Ele, inclusive, chegou a dizer que o valor real do bitcoin é "zero".
Paul Krugman
Ganhador de um prêmio Nobel de Economia em 2008, Paul Krugman já escreveu mais de 20 livros, trabalhou no Conselho de Economistas da Casa Branca no governo Ronald Reagan e já ganhou diversas honrarias ao longo de sua prestigiosa carreira. E ele também não está nada otimista com a maior criptomoeda do mundo.
"Não é um meio de troca conveniente; não é uma reserva de valor estável; definitivamente não é uma unidade de conta. Seu valor reside na percepção de que é uma maneira tecnologicamente evoluída do inevitável colapso do dinheiro, que está vindo nos próximos dias, ou talvez nos próximos séculos", disse, em maio deste ano, quando o bitcoin sofreu o maior tombo do ano, perdendo mais de 50% do seu valor. "Ou, como eu falo, bobagem libertária e chavões".
Nouriel Roubini
O economista Nouriel Roubini, especializado em análise financeira, não ficou conhecido como "Doutor Catástrofe" por acaso. No início dos anos 2000, suas opiniões pessimistas e previsões catastróficas fizeram jus ao apelido. Ocorre que algumas vezes ele estava certo - a mais famosa delas em relação à bolha imobiliária que desencadeou a crise de 2008.
Sobre o bitcoin, claro, ele também não demonstra nenhum otimismo: "Fundamentalmente, o bitcoin não é uma moeda. Não é uma unidade de conta, não é um meio escalável de pagamentos, e não é uma reserva estável de valor. Chamá-lo de criptomoedas é equivocado, elas não são nem ativos", disse, em entrevista no início de 2021.
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