País atinje marca histórica de embarques de carne suína entre janeiro e setembro com aumento de vendas para a China; rebanho chinês ainda se recupera de doença mortal
O planejamento de compras de alimentos para o Ano Novo chinês, que acontece no início de 2022, e a maior demanda da China por proteína animal tem impulsionado as exportações de carne suína brasileira para o país, que vem batendo recorde. As vendas externas do produto atingiram uma nova marca histórica em setembro, com 112,2 mil toneladas embarcadas, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O resultado é 30% maior do que o do mesmo período de 2020.
?Os chineses já estão se preparando para as festividades de início de ano e, além disso, o contexto sanitário no país continua impactando a produção de suínos?, diz Luís Rua, diretor de mercados da ABPA.
Em 2018, os rebanhos da China foram atingidos pela febre suína africana, doença causada por um vírus que mata os porcos em dez dias. Até hoje, o país não se recuperou do surto ? este ano, foram detectados novos focos da doença, que dizimou 60% do plantel chinês de suínos. Com isso, a China continua incrementando as importações de carnes.
O país segue como principal destino das exportações da carne suína do Brasil, (53,4 mil toneladas em setembro), seguida por Hong Kong (15,7 mil toneladas, 60% a mais do que em setembro de 2020) e Chile, com 4,8 mil toneladas (+24,5%).
De acordo com a ABPA, outros mercados na Ásia estão ampliando as importações, com destaque para as Filipinas e Japão. No caso das Filipinas, o aumento de compras de carne suína brasileira foi de 764% em setembro. Na América do Sul, a procura por suínos também tem crescido. No mês passado, as exportações para o Chile registraram um incremento de 24,5%, atingindo quase 5 mil toneladas.
As vendas registradas em setembro geraram saldo de 255,8 milhões de dólares, 35,6% superior ao resultado obtido no mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, as exportações brasileiras de carne suína alcançaram 2 bilhões de dólares, desempenho 23% do que o período de janeiro a setembro do ano passado. A expectativa é de um recorde de exportações neste ano.