Desde o fim de junho, o Brasil apresentava R abaixo de 1, isto é, com desaceleração na transmissão, situação que se reverteu nesta semana
A taxa de transmissão da covid-19 no Brasil voltou a subir após semanas de queda com a vacinação.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 21, pelo Imperial College de Londres, que vem analisando a transmissão desde o começo da pandemia.
O Brasil tem taxa de transmissão (o chamado R) em 1,03, o que significa que o número de pessoas infectadas a cada residente com covid-19 está crescendo ou, no cenário menos pior, deixando de cair.
Na margem de erro, o índice fica entre 0,91 e 1,22.
O R em 1 indica que uma pessoa infectada transmite a doença para mais uma (oficialmente, a taxa indica que cada 100 doentes gerarão 100 novos infectados).
Se o R fica acima de 1, significa que o número de casos tende a crescer. Se fica abaixo de 1, o cenário ideal, significa que a proliferação da doença está desacelerando, o que deve eventualmente levar à redução de casos e de vítimas.
O Brasil vinha com R abaixo de 1 desde o fim de junho. O índice atual é, assim, o pior desde 22 de junho deste ano, quando o Brasil tinha taxa de 1,13.
A menor taxa de transmissão do ano havia ocorrido na semana passada, quando o R da covid-19 no Brasil chegou a 0,81.
O país tem tido queda brusca no número de vítimas com o avanço da vacinação. Desde o fim de junho, a média móvel de mortes em sete dias foi da casa dos 2.000 para cerca de 550 vítimas diárias.
Especialistas têm alertado para o fato de que, apesar da ampla cobertura vacinal, o uso de máscara, busca por ambientes ao ar livre e distanciamento quando possível ainda são precauções necessárias.
O Brasil tem 68% da população vacinada com pelo menos uma dose da vacina contra covid-19, e 38% totalmente vacinadas (devido ao intervalo entre a primeira e a segunda dose).
Apesar de ter demorado a iniciar a vacinação em massa, que só engrenou sobretudo a partir do terceiro trimestre, o Brasil conseguiu vacinar rapidamente devido à baixa taxa de hesitação da população e capilaridade do sistema de saúde.
Embora as vacinas atuem sobretudo para evitar casos graves, o número de casos, que já foi de mais de 70.000 em junho, também tem caído para a casa dos 20.000.
No entanto, parte da queda também se deve à subnotificação, uma vez que, com as vacinas, a tendência é que os brasileiros apresentem sintomas mais leves, o que pode levar a população a não fazer exames de covid-19.
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