O que adianta ter tecnologias de ponta, quando os processos internos são retrógrados? É preciso repensar o conceito
Por Hugo Tadeu*
Existe um entendimento no mercado que relaciona a transformação digital ao contexto das rupturas tecnológicas e às grandes transformações econômicas. Um dos termos favoritos dos executivos é a singularidade, que remete à bonança das novas tecnologias e favorece o crescimento das empresas.
No entanto, recomendo um pouso forçado para este assunto, em especial no contexto brasileiro. Muitas organizações demandam uma agenda intensiva relacionada à melhoria de processos internos e a um real entendimento de seus clientes. Ou seja, ter a casa bem organizada é um ótimo ponto de partida para a dita transformação digital. Mas do que adianta ter tecnologias de ponta, quando os processos internos são retrógrados?
Outro aspecto importante é entender sobre a estrutura organizacional atual e as mudanças necessárias para a transformação digital. Isto é, a sua organização tem times de tecnologia alinhados ao negócio? Da mesma forma, existem equipes centradas nas análises das demandas de mercado? Finalmente, qual é a sua capacidade para organizar, tratar dados e de tomar decisões?
Se as perguntas acima ainda forem tabus, pense bem se o momento atual é propício para buscar qualquer contexto vinculado ao universo digital. Sempre existem oportunidades para a obtenção de ganhos de produtividade, maior eficiência e consequente desempenho superior de mercado. Com esta tarefa bem realizada, estruture uma boa governança digital e conquiste novos horizontes de mercado.
Do contrário, o risco pode ser alto, com uma grande possibilidade de resultado abaixo do esperado e de um real desperdício de tempo. Pense nisso, pois ao contrário do discurso singular e do crescimento infinito, todo recurso tem limite.
*Hugo Tadeu é professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral
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