"Desde a publicação dos decretos que falam da exigência da vacinação, aumentamos a busca de pessoas que não tinham se vacinado", disse secretário
Depois dos decretos da Prefeitura do Rio que estabelecem o chamado "passaporte da vacina", publicados na última sexta-feira, o número de pessoas atrasadas para tomar a segunda dose da vacina contra a covid-19 caiu 40% em uma semana. O dado da Secretaria municipal de Saúde (SMS) consta no 35° boletim epidemiológico da cidade, divulgado nesta sexta-feira.
Na última terça-feira, o GLOBO mostrou que as novas determinações do município conseguiram reduzir em 20% o número de não vacinados (pessoas que sequer tomaram a primeira dose) em cinco dias. Àquela altura, os decretos que dispõem sobre a exigência de comprovação vacinal para a entrada em locais de uso coletivo, como academias e cinemas, ainda não tinham surtido efeito sobre o número de pessoas atrasadas para a segunda dose. Segundo a SMS, isso já começou a mudar.
? Desde a publicação dos decretos que falam da exigência da vacinação, aumentamos a busca de pessoas que não tinham se vacinado. Essas pessoas passaram a procurar os postos para se vacinar. Tivemos uma redução de 40% das pessoas com a segunda dose em atraso ? disse o secretário Daniel Soranz em entrevista coletiva nesta sexta-feira, sem divulgar números absolutos. ? Foi uma procura impressionante.
Ainda segundo Soranz, o número de internados na cidade caiu cerca de 10% em uma semana, e a fila de leitos zerou.
O aumento de procura decorrente do anúncio do passaporte da vacina é apontado pela SMS como um dos fatores do esgotamento de Coronavac no município. Ao longo do último mês, a Prefeitura do Rio redirecionou para a aplicação de primeira dose cerca de 191 mil doses da Coronavac originalmente reservadas para a segunda, de acordo com a Secretaria municipal de Saúde (SMS). A pasta reconhece que essas doses estavam previstas para serem distribuídas, a título de injeção de reforço, nas próximas quatro semanas. A distribuição da segunda dose da CoronaVac na cidade, interrompida nesta quinta-feira, segue suspensa pelo segundo dia seguido.
Em nota, a SMS diz que ?a cidade do Rio de Janeiro organiza seu calendário para aplicar as doses de vacina no menor tempo possível? e ?conforme os contratos do Ministério da Saúde, não reservando vacinas para a segunda dose por mais de uma semana?. Com isso, a pasta afirma conseguir ?manter o maior número de pessoas imunizadas no menor tempo possível?.
Alguns postos da cidade ministraram a injeção de reforço da vacina do Instituto Butantan normalmente nesta quinta-feira, como a unidade do Museu da República, na Zona Sul, conforme o GLOBO registrou. Em grupos nas redes sociais, cariocas relataram terem conseguido tomar a segunda dose da CoronaVac também na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca; no Imperator, no Méier; e na Policlínica Hélio Pellegrino, na Praça da Bandeira. À reportagem, SMS disse que as doses de CoronaVac aplicadas nesta quinta-feira foram ministradas para ?oportunizar? a imunização, ou seja, para não desperdiçar a ocasião do comparecimento daqueles que desejavam tomar a D2.
Na noite desta quinta-feira, a SMS informou ter recebido uma previsão de entrega de cerca de 390 mil doses da CoronaVac do Ministério da Saúde, e a aplicação da segunda dose da vacina na cidade deve ser retomada até o sábado de manhã. No entanto, a vacinação de adolescentes com a D1 da Pfizer, que também está suspensa, ainda não tem previsão de retomada, já que, segundo a secretaria, as doses disponibilizadas até agora são suficientes apenas para a aplicação da injeção de reforço na semana que vem.
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