O aumento dos combustíveis levou à demissão do então presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Mesmo assim Bolsonaro não conseguiu conter os preços
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira em conversa com apoiadores que o governo irá "começar a trabalhar" no preço dos combustíveis, mas não adiantou o que pode ser feito além de cobrar, mais uma vez, mudanças no ICMS.
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"Então agora está saneada a Petrobras, a gente começa agora a trabalhar na questão do preço dos combustíveis", disse Bolsonaro. "Mas não adianta a gente tratar de preço se o ICMS tiver esse valor variável, que interessa aos governadores."
O presidente tem sido constantemente cobrado pelo alto valor dos combustíveis e do gás de cozinha, que tiveram aumentos recorde desde o ano passado. Em alguns locais, o litro da gasolina já chega a 7 reais, enquanto o botijão de gás de cozinha está em torno de 100 reais.
O aumento dos combustíveis levou à demissão do então presidente da estatal, Roberto Castello Branco, e sua troca pelo general Joaquim Silva e Luna, mas ainda assim Bolsonaro não conseguiu conter os preços.
Insinuações anteriores de alguma forma de controle de preços, no entanto, sempre levaram a reações contrárias do mercado financeiro.
Bolsonaro enviou ao Congresso um projeto de lei que pretende transformar o ICMS sobre combustíveis, cobrado pelos estados, em um valor fixo. Apesar das principais razões da alta serem o preço do petróleo no mercado internacional e o valor do dólar frente o real, o presidente culpa o ICMS pelo alto custo.
Nesta terça-feira, voltou a dizer que pretende ver o projeto de lei aprovado e disse que governadores aumentaram o ICMS quando o governo federal zerou a Cide, tributo federal, sobre o diesel.