Carne feita em impressora? Cientistas criam 'bife' de Wagyu
O corte, um dos mais caros do mundo, foi desenvolvido com uma impressora 3D na Universidade de Osaka, no Japão
Já pensou em comer uma carne feita em impressora 3D? Cientistas japoneses começaram esse teste. Eles criaram um bife artificial de Wagyu, o corte mais caro do mundo -- cujo quilo chega a custar 700 reais. Os resultados foram publicados no jornal Nature Communications.
Para conseguir chegar a uma versão parecida com a real, os cientistas tiraram de vacas wagyu dois tipos de células-tronco, que foram modificadas em laboratório até se transformarem na carne que eles queriam criar.
Como resultado, eles criaram estruturas como músculos e gordura, a fim de trazer uma peça que realmente se aproximasse da versão original. Depois de organizar cada pedacinho da carne de laboratório, eles ainda resfriaram o bife a uma temperatura de 4°C, até chegar na versão final.
O resultado deles foi uma carne do tamanho de um grão de feijão: com 5 milímetros de diâmetro, outros 5 milímetros de espessura e 10 milímetros de comprimento. Além disso, esse pedacinho ainda não é comestível, como informou o G1.
Mesmo assim, os cientistas seguem confiantes no futuro das pesquisas e acreditam que será possível, eventualmente, chegar a um modelo que seja totalmente produzido em laboratório e comestível.
Fato é que eles não estão sozinhos nessa busca. De acordo com estimativas recentes, o mercado de carne à base de células deve movimentar 140 bilhões de dólares na próxima década. Por enquanto, tornar esse processo rentável ainda está longe de ser realidade: hoje, a carne de laboratório custa até 10 mil reais o quilo para ser produzida.
Entre as empresas que olham para esse mercado "do futuro", estão a holandesa Mosa Meat e a Eat Just, cujas vendas de carne criada em laboratório foram aprovadas em Cingapura.
Além delas, startups como a Memphis Meats, Aleph Farms, BioTech Foods e SuperMeat também querem disputar esse mercado.
As startups de carne de laboratório cresceram de um pequeno grupo em 2016 para pelo menos 60 atualmente, de acordo com a consultoria Lux Research. O setor quer tornar a produção mais humana e ambientalmente sustentável e atraiu financiamento de capital de risco recorde em 2020.
?Não há dúvida de que isso é viável?, disse Ido Savir, CEO da SuperMeat, que abriu uma cozinha de teste para frango cultivado em Israel. ?É uma questão de quanto tempo vamos levar para ir de um cenário-piloto, onde estamos, para uma escala comercial.?
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