Entre Magalu, Mercado Livre e outras gigantes do setor, o app conquistou os usuários com seus preços baixos e games com cupons; estimativa é que o e-commerce tenha lucrado 12 bilhões de reais em 2020
Jackie Chan falando em português e jogos com cupons: é essa a fórmula de sucesso da plataforma de comércio eletrônico Shopee no Brasil. Pertencente à empresa singapurense Sea Group, o e-commerce se tornou o aplicativo voltado para compras mais baixado do país em apenas dois anos no mercado.
Entre Magalu, Mercado Livre e outras gigantes do setor, o app conquistou os usuários com seus preços baixos e o game in-app, jogos dentro da plataforma que oferecem cupons exclusivos para os vencedores. A tática inovadora é graças à Garena, provedora de jogos para smartphones que já distribuiu títulos como Free Fire, FIFA e League of Legends e que faz parte do grupo Sea.
A pandemia do coronavírus também foi fator essencial para o sucesso da plataforma no país e afora. Só em 2020, as vendas do e-commerce tiveram um aumento de 42%, chegando a 42 bilhões de dólares, segundo dados da empresa brasileira de pagamentos EBANX.
Porém, apesar do sucesso em números de instalação e tempo de uso, a Shopee ainda está perdendo dinheiro e é bastante dependente dos lucros da Garena, que teve lucro ajustado de 740,9 milhões de dólares enquanto o e-commerce perdeu 579,8 milhões.
Há poucos dados sobre a Shopee no Brasil, mas uma estimativa feita por analistas do Itaú BBA e publicada pela Reuters coloca os bens e serviços vendidos no e-commerce na casa dos 12 bilhões de reais somente em 2020. Para chegar nesta conclusão, levou-se em consideração que o preço médio de cada venda é de 40 reais ? menos de 1/3 do preço do Mercado Livre.
A expansão da Shopee no Brasil é apenas o começo do crescimento global que o Sea Group planeja ter. Uma fonte anônima disse à Reuters que o braço de investimentos da empresa, a Sea Capital, considera investir em startups na América Latina, mas o e-commerce não teve tanto destaque em países como Chile, Colômbia e México quanto em solo brasileiro.
No momento, o maior desafio da empresa no Brasil é a entrega. Recentemente, ela passou a favorecer transportadoras privadas ao invés de contar com os Correios, mas ainda pretende ter um parceiro principal para competir com a concorrência.
O Mercado Livre, por exemplo, conta com oito centros logísticos fulfillment, o que permite entregar a 2.100 cidades em até 24h. Nas entregas no mesmo dia, são 50 cidades que representam 20% das compras.
A expectativa da Shopee é que o crescimento do e-commerce no Brasil leve a mais parcerias de entrega. Em entrevista à Reuters, o diretor corporativo do grupo, Yanjun Wang, chamou o Brasil de "um bom mercado para investimentos contínuos".
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