Antecipação deve acontecer a partir de setembro, segundo o Ministério da Saúde; intenção é seguir a bula, que prevê intervalo de 21 dias entre as doses
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse neste sábado que o governo federal pretende antecipar a aplicação da segunda dose de vacinas da Pfizer a partir de setembro, quando todos as pessoas acima de 18 anos já tiverem tomado ao menos uma dose de vacinas.
"À medida em que a gente avance na primeira dose, já se rediscutiu colocar a Pfizer no intervalo de 21 dias. Aí a gente avança na segunda", acrescentando que a previsão de isso acontecer é em setembro. "Nós já temos 70% da população acima de 18 anos com uma dose", disse.
A bula das vacinas da Pfizer indica a aplicação da segunda dose 21 dias depois da primeira, mas o governo brasileiro decidiu estender o prazo para três meses inicialmente por temor sobre o cronograma de chegada dos imunizantes ao país.
Com a regularização da entrega, o Ministério da Saúde começou a estudar a volta ao prazo original, mas retardou a mudança até a vacinação chegar aos 18 anos a pedido dos secretários estaduais.
Em um evento em Brasília, Queiroga aproveitou também para criticar a decisão do governo de São Paulo de entrar na Justiça para receber doses de vacinas que, de acordo com a Secretaria de Saúde, o ministério deve ao estado e não entregou.
"Apesar de ser um direito ir à Justiça, entendo que é uma ação descabida. De certa maneira, é uma litigância de má-fé por parte do Estado de São Paulo", afirmou Queiroga. "Como estão anunciando vacinação entre 18 e 20 anos e não tem vacina? Tem vacina sim, têm recebido vacinas."
Queiroga insiste que São Paulo retirou doses a mais da CoronaVac diretamente do instituto Butantan, e que as doses de Pfizer não entregues seriam uma equalização. Em uma reunião na semana passada o Estado e o ministério tentaram um acordo mas, a despeito da promessa de Queiroga de que a situação seria regularizada, a situação não se resolveu.
"O que o ministério quer é garantir equidade, que os estados todos sigam um ritmo semelhante. Claro que existem pequenas variações, depende da demografia de cada Estado, mas se trabalhássemos juntos no diálogo para resolver essas questões, em vez de dar trabalho à Justiça, seria muito melhor", disse o ministro.