Rede de hambúrgueres pretende levantar 1,2 bilhão de reais para paga dívidas e financiar aquisições
A rede de hamburguerias Madero Indústria e Comércio, que tem o Carlyle como sócio minoritário, busca ser avaliada em cerca de R$ 7 bilhões em uma oferta pública inicial de ações (IPO) no Brasil, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
A empresa, com sede em Ponta Grossa, Paraná, pretende levantar R$ 1,2 bilhão com a oferta, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões não são públicas. Além disso, os atuais acionistas também devem vender uma parcela de ações. Madero não comentou, citando período de silêncio.
O Madero foi severamente impactado pelo avanço da Covid-19 no país. Com 238 restaurantes, a empresa viu sua dívida líquida crescer 258% entre dezembro de 2019 e o junho deste ano, segundo o prospecto da oferta. O plano da empresa é utilizar metade dos recursos levantados para o pagamento de contratos financeiros, e o restante para expansão incluindo potenciais aquisições, segundo o prospecto.
O Madero foi fundado pelo chef Luiz Renato Durski Junior, empresário que no ano passado usou as redes sociais para criticar medidas de isolamento social. Junior Durski, como é conhecido, é dono de 65% da companhia, enquanto o Carlyle, que entrou em 2019, possui uma fatia de cerca de 28%, de acordo com o documento.
A expectativa da empresa é de resultados melhores conforme a vacinação avança e as restrições contra a Covid-19 são retiradas. No estado São Paulo, os restaurantes já podem operar com até 80% de sua capacidade. O Brasil tem o segundo maior número total de mortes por Covid-19 no mundo, mas os indicadores vêm gradualmente recuando e os casos no país caíram para entre 30.000 e 40.000 novas infecções diárias.
A empresa, que também opera a marca Jerônimo, protocolou um pedido de registro de IPO no começo de agosto na Comissão de Valores Mobiliários. Detalhes da oferta como volume e cronograma ainda não foram divulgados oficialmente. Coordenam a operação BTG Pactual, Bank of America, Bradesco BBI, Itaú BBA, UBS-BB e JPMorgan.