A variante Delta, originada na Índia, se tornou a linhagem predominante do coronavírus no mundo. No Brasil, no entanto, a variante P.1, originada em Manaus, ainda é a predominante
Estudo realizado por um projeto brasileiro de sequenciamento genômico do coronavírus identificou uma mutação da variante P.1 convergente com a mais transmissível variante Delta, anunciaram cientistas do projeto Genov nesta quinta-feira.
De acordo com o Genov, um projeto científico de vigilância genômica da rede de saúde Dasa, 11 amostras entre as 1.380 analisadas pelo projeto entre maio e junho apresentaram a mutação P681H, em que o aminoácido prolina é substituído por um outro, a histidina.
"É a chamada Gama-plus, uma mutação convergente com características da Delta, variante que geralmente apresenta essa alteração estrutural", disse o Genov em comunicado sobre a descoberta.
Segundo o coordenador do Genov e virologista da Dasa, José Eduardo Levi, essa mutação de prolina para histidina já havia sido observada em outras variantes no mundo, incluindo todas as variantes de preocupação, mas não era muito comum na Gama. "No entanto, temos visto um aumento em sua ocorrência nas amostras brasileiras", afirmou.
A variante Delta, originada na Índia, se tornou a linhagem predominante do coronavírus no mundo e tem sido responsável por novos surtos da Covid-19 em países que estavam com a doença sob controle, como Reino Unido e Estados Unidos.
No Brasil, no entanto, a variante P.1, originada em Manaus, ainda é a predominante. Segundo especialistas, a Delta pode estar enfrentando uma espécie de barreira para avançar no país devido à forte presença da P.1, também chamada de Gama.