Segunda parcela do 13º, prorrogação do auxílio emergencial e depósito do Imposto de Renda contribuíram para o resultado, diz associação de supermercadistas
No primeiro semestre deste ano o consumo nos lares brasileiros acumulou alta real de 4,01% (deflacionado pelo IPCA/IBGE) na comparação com mesmo período de 2020. Em junho houve queda de 0,68% em relação ao mesmo mês do ano passado.
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Comparando o mês de junho contra maio deste ano, o resultado também foi negativo em 5,12%. Os dados, apresentados nesta quinta-feira (12), são do Índice Nacional de Consumo nos Lares Brasileiros ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) calculado pelo Departamento de Economia e Pesquisa da entidade.
A alta acumulada no semestre, é resultado de um conjunto de fatores. Entre eles, o pagamento da segunda parcela do 13º salário dos aposentados e pensionistas do INSS na segunda quinzena de junho; a prorrogação do auxílio emergencial por mais três meses para 106.000 trabalhadores e a maior cobertura de vacinação. O depósito da restituição do segundo lote do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) também contribuiu. Foram 6 bilhões de reais que chegaram para 4,2 milhões de contribuintes.
De acordo com o vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan, o setor seguiu o ritmo de investimentos e, de janeiro a junho, foi responsável pela geração de quase 43 mil novos postos de trabalho. A abertura de novas lojas também quase dobrou. A expectativa era da abertura de 36, mas foram 60 estabelecimentos inaugurados, além de 70 reinaugurações no período.
Para o segundo semestre, a ABRAS mantém o otimismo e destaca como os principais itens que tendem a favorecer a retomada econômica o pagamento do auxílio emergencial a partir de 18 de agosto, o terceiro lote da restituição do Imposto de Renda, os R$ 82 milhões do auxílio emergencial para mais de 110 mil mulheres chefes de família monoparental e datas comemorativas como o dia dos pais, feriado de 7 de setembro, dia das crianças e o Black Friday.
?Estamos confiantes com a retomada gradual da economia, com o avanço da vacinação, o retorno da normalidade, os investimentos programados pelo setor para o 2º semestre do ano, e com as medidas de auxílio social, que estão sendo debatidas atualmente pelo governo federal?, diz Milan. ?Neste cenário mantivemos nossa projeção inicial de crescimento para nosso Índice Nacional de Consumo INC ABRAS nos lares brasileiros em 4,5% este ano. Em setembro, faremos uma nova revisão e projeção."
Abrasmercado
Em junho o custo da cesta Abrasmercado (uma cesta composta pelos 35 produtos mais vendidos nos supermercados, entre eles, alimentos, bebidas, higiene, beleza e limpeza doméstica) subiu 1,34% em relação a maio A cesta chegou ao valor de R$ 662,17, contra R$ 653,42 do mês anterior. Na comparação com junho do ano passado, o crescimento foi de 22,1%.
Entre os produtos que impulsionaram o custo da cesta Abrasmercado estão o queijo muçarela (6,93%), o leite longa vida (4,69%), o frango congelado (4,38%), o açúcar (4,36%) e o extrato de tomate (3,70%). A muçarela foi o único item da cesta que, no acumulado do ano, teve queda (-1,20%).
A cebola (-13,53%), batata (-9,19%), tomate (-5,84%), xampu (-2,30%) e desinfetante (-1,63%) foram as maiores baixas apresentadas pela Abrasmercado. Destaque para a cebola que, apesar da queda registrada também em junho, ainda teve aumento de 11,84% no acumulado do ano. No acumulado dos últimos 12 meses, a queda foi de 41,57%.
Regiões
Em junho, as cinco regiões do país tiveram alta no preço da cesta Abrasmercado. A maior oscilação foi no Nordeste, + 2,48%. A cesta passou de 581,26 reais para 595,70 reais. A alta da cesta no Sul foi a segunda maior, com +2,05%. Lá a cesta subiu de 709,59 reais para 724,14 reais.
Nas capitais e principais regiões pesquisadas, a maior variação aconteceu em João Pessoa, +5,84%, passando de 553,62 reais para 585,95 reais. A cesta baixou de preço em Cuiabá (-0,99%), Natal (-0,82%), Grande Belo Horizonte (-0,53%) e Grande Vitória (-0,40%).
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