JBS mira mais aquisições no mercado de peixes após lucro recorde
A empresa quer acelerar a ?curva de aprendizado? a ser iniciada com o acordo para comprar a produtora australiana de salmão Huon Aquaculture
A JBS, maior processadora de carne do mundo, está ansiosa para comprar mais produtoras de peixe com o objetivo de incluir produtos de margens mais altas no portfólio.
A empresa quer acelerar a ?curva de aprendizado? a ser iniciada com o acordo para comprar a produtora australiana de salmão Huon Aquaculture, anunciado na semana passada. Depois disso, quer se aprofundar no segmento de rápido crescimento, disse o diretor-presidente da JBS, Gilberto Tomazoni, em entrevista.
?Nosso objetivo é nos tornarmos pelo menos um dos três maiores produtores globais?, disse, acrescentando que a maioria dos ativos mais atraentes neste segmento estão na Noruega, Chile, Canadá e Escócia.
O executivo minimizou a preocupação de que a aquisição da Huon possa fracassar com o aumento da participação do magnata da mineração Andrew Forrest na produtora de salmão, o que poderia bloquear o negócio. A estratégia de Forrest de bem-estar animal e produção sustentável ?também é uma prioridade absoluta para a JBS?, disse Tomazoni, e a medida do investidor não foi vista pela JBS como um obstáculo à compra.
A empresa, que investiu US$ 2,2 bilhões (R$ 11,5 bilhões) desde 2020 em aquisições - incluindo a oferta de US$ 314 milhões pela Huon -, tem caixa para continuar a onda de compras no mesmo ritmo ou ainda mais rápido sem comprometer sua alavancagem, disse o diretor financeiro da JBS, Guilherme Cavalcanti, na mesma entrevista.
A JBS registrou lucro líquido recorde no segundo trimestre, de R$ 4,4 bilhões.O apetite da América do Norte por carne bovina compensou problemas operacionais no Brasil, onde a unidade de frango Seara enfrenta custos mais altos dos grãos e as margens de carne bovina encolheram devido aos maiores preços do gado. No último trimestre, o lucro antes dos itens da Seara caiu 25% em relação ao ano anterior. O resultado operacional da unidade brasileira de carne bovina despencou 63%.
O fluxo de caixa livre da empresa mostrou queda de 66% no trimestre em uma base anual, principalmente devido à falta de espaço em navios porta-contêineres. A lentidão dos embarques elevou os estoques em R$ 3 bilhões, disse Cavalcanti.
O caos logístico, que atingiu as exportações de diversos países e também afetou o café e a celulose do Brasil, reduziu as margens da Marfrig Global Foods, segunda maior produtora de carne bovina do mundo, e ampliou o tempo de transporte de cargas da Minerva no último trimestre.
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