A previsão para a safra agrícola de 2021 é de 256,1 milhões de toneladas. Em relação ao levantamento de junho, houve redução de 0,9%, o equivalente a 2,4 milhões de toneladas a menos
A safra agrícola de 2021 deverá totalizar 256,1 milhões de toneladas, uma alta de 0,8% em relação ao resultado de 2020, o equivalente a 1,9 milhão de toneladas a mais. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de julho, divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação ao levantamento de junho, houve redução de 0,9% na estimativa de produção deste ano, o equivalente a 2,4 milhões de toneladas a menos.
Foi o quarto mês seguido de ajuste para baixo na estimativa para a produção agrícola de 2021. Mesmo assim, a estimativa do LSPA de julho sinaliza mais um recorde na série histórica, iniciada em 1975, ainda que apenas ligeiramente superior ao recorde de 2020.
Além disso, os produtores brasileiros devem colher 68,2 milhões de hectares na safra agrícola de 2021, uma elevação de 4,3% em relação à área colhida em 2020.
O resultado representa 2,8 milhões de hectares a mais em um ano. Em relação ao LSPA de junho, o crescimento foi de 177,6 mil hectares, alta de 0,3%.
Grãos
A produção brasileira de grãos na safra 2020/21 deve alcançar 253,98 milhões de toneladas, volume 1,2% menor que a safra anterior (257,01 milhões de t). Segundo a Conab, apesar de ter havido aumento de área plantada em cerca de 4%, a redução na produção se deve, principalmente, à queda das produtividades estimadas nas culturas de segunda safra, "justificada pelos danos causados pela seca prolongada nas principais regiões produtoras, bem como às baixas temperaturas com eventos de geadas ocorridas nos Estados da Região Centro-Sul do País".
Entre as culturas mais prejudicadas destaca-se o milho. A produção total deve atingir 86,65 milhões de toneladas, queda de 15,5% em comparação com 2019/20 (102,59 milhões de t). A primeira safra, de verão, está projetada em 24,9 milhões de t (-11% ante 25,69 milhões de t em 2019/20). A segunda safra, safrinha ou de inverno, deve ser de 60,32 milhões de t (-19,6% ante 75,05 milhões de t). A terceira safra, cultivada no Norte/Nordeste, pode alcançar 1,43 milhão de t (-22% ante 1,84 milhão de t).
Conforme a Conab, apenas para a segunda safra do cereal, a queda na produtividade estimada é de 25,7%, uma previsão de 4.065 quilos por hectare. A estatal destaca que a redução só não foi maior porque os altos preços do grão impulsionaram um aumento de área plantada em 8,1%, atingindo 14,87 milhões de hectares. Além disso, Mato Grosso, principal Estado produtor, foi o que menos registrou condições climáticas adversas durante o cultivo do cereal.
Com a colheita encerrada, a soja apresenta uma elevação de 11,1 milhões de toneladas na produção desta safra 2020/21. Desta forma, o Brasil se mantém como maior produtor mundial da oleaginosa com uma colheita recorde de 135,9 milhões de toneladas, 8,9% maior em comparação com 2019/20 (124,84 milhões de t).
Para o arroz, a produção neste ciclo teve crescimento de 5% em relação ao período anterior, chegando a 11,74 milhões de toneladas ante 11,18 milhões de t em 2019/20.
Já em relação ao feijão, as atenções se voltam para a cultura de terceira safra, que está em fase inicial de colheita. A produção total é estimada em 2,94 milhões de toneladas, 8,8% menor que o obtido na safra 2019/2020 (3,22 milhões de t), por causa do impacto da seca nas principais regiões produtoras do País.
A produção de algodão em pluma em 2020/21 deve atingir 2,34 milhões de t, representando queda de 22% em comparação com o período anterior (3 milhões de t).
A Conab ressalta, ainda, o trigo entre as culturas de inverno. Na atual safra a expectativa é que a produção seja de 8,6 milhões de toneladas (aumento de 37,8% ante 2020, quando a produção atingiu 6,23 milhões de t), um novo recorde para o País caso confirmada a estimativa. Com o plantio já encerrado, o grão apresenta um expressivo crescimento na área de 15,1%, situando-se em 2,7 milhões de hectares. No entanto, as condições climáticas das lavouras podem influenciar nos resultados. As consequências das geadas registradas nas principais regiões produtoras nas últimas semanas ainda serão quantificadas pela Conab.
Segundo a Conab, os preços elevados no mercado internacional nos últimos anos incentivaram o produto. Aliado à valorização externa, o alto custo do milho no cenário nacional também incentivou o cultivo do trigo, por ser um possível substituto para ração animal.
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