O estudo, chamado Sisonke, fornece a primeira evidência em larga escala de que a vacina da J&J é eficaz contra essa variante dominante, de acordo com a colíder do estudo, Glenda Gray
Por Janice Kew e Antony Sguazzin, da Bloomberg
A vacina contra a covid-19 da Johnson & Johnson ajuda a prevenir quadros graves entre pessoas infectadas com a variante delta, segundo ensaio com a participação de quase 480 mil profissionais de saúde na África do Sul.
O estudo, chamado Sisonke, fornece a primeira evidência em larga escala de que a vacina da J&J é eficaz contra essa variante dominante, de acordo com a colíder do estudo, Glenda Gray. O imunizante provavelmente protege mais contra a delta do que indicava em relação à cepa anterior beta, disse em apresentação na sexta-feira.
A vacina da J&J de dose única mostrou 71% de eficácia contra hospitalizações e de até 96% contra mortes, disse. Também demonstrou durabilidade de oito meses.
?Esses resultados mostram que ainda não há necessidade de reforço?, disse Gray, que é presidente do Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul.
Embora o imunizante da J&J seja um elemento-chave para o plano de vacinação da África do Sul, o país fez uma pausa temporária com a vacina em abril, depois que os Estados Unidos decidiram suspendê-la por causa da associação a casos raros de trombose. Outros dados levantaram questões sobre a eficácia da vacina contra a cepa altamente contagiosa que gerou novos surtos em países como EUA e China.
Um estudo dos EUA divulgado no mês passado mostrou que o imunizante da J&J produziu níveis relativamente baixos de anticorpos contra a delta. A J&J disse que a análise, que não foi publicada em uma revista revisada por pares, examinou apenas um aspecto da proteção e não considerou respostas de longa duração entre as células imunológicas estimuladas pela vacina. Pesquisadores da farmacêutica disseram que seus dados indicaram que a vacina neutraliza a variante e que doses adicionais não são necessárias.
Vacinação na África
No início do ano, a J&J fechou um acordo para fornecer até 400 milhões de vacinas para a União Africana até o final de 2022, impulsionando a imunização no continente que está atrás da maior parte do mundo na corrida contra a pandemia. O fato de a vacina exigir apenas uma dose é visto como benéfico para a África, onde a distribuição para mais de 1 bilhão de pessoas amplamente dispersas provavelmente representará um desafio.
No estudo, a vacina foi administrada a profissionais de saúde em 120 locais de áreas urbanas e rurais de 17 de fevereiro a 17 de maio. A análise de um terceiro conjunto de dados é esperada nos próximos dias.
Houve dois casos da síndrome de trombose rara com trombocitopenia entre os participantes, mas ambos se recuperaram completamente, disse Gray.
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