Plataforma de conteúdo e serviços para investidores estreia na B3 na quarta com o ticker TRAD3; valor de mercado na largada é de cerca de R$ 2,7 bilhões
A plataforma social de conteúdo e serviços para investidores TC (TRAD3), conhecida anteriormente como TradersClub, precificou sua oferta inicial de ações (IPO) nesta segunda-feira, 26 de julho, a 9,50 reais por papel, segundo duas fontes próximas à operação disseram à Reuters. A faixa indicativa de preços se estendia de 9,00 a 11,25 reais.
A listagem coroa a meteórica ascensão de uma plataforma que nasceu como uma comunidade para investidores e que reflete como poucas o acelerado desenvolvimento da bolsa brasileira e do mercado como um todo nos últimos anos.
A oferta 100% primária -- ou seja, com recursos que vão integralmente para o caixa da companhia -- somou 607 milhões de reais, sem o lote adicional (hot issue) e com o lote suplementar (greenshoe). A operação avalia a companhia em cerca de 2,7 bilhões de reais.
O início das negociações dos papéis no segmento Novo Mercado da B3 será na quarta-feira, dia 28.
Os recursos levantados com a oferta serão utilizados para M&A, com aquisições estratégicas que possibilitem o aprimoramento do ecossistema da companhia e investimentos em desenvolvimento da plataforma do TC e em marketing.
É uma estratégia que havia sido relatada pelos sócios à EXAME Invest em abril, quando ela anunciou a compra da Sencon, considerada a maior empresa em cálculo de tributos sobre ganhos com ações e emissão do Darf.
Fundado em 2016 por por Pedro Albuquerque, Rafael Ferri e Israel Massa, o TC oferece serviços como conteúdo de educação financeira, notícias e fóruns sobre investimentos, com ampla penetração no público de traders, que deram origem ao primeiro nome da companhia. O TC tinha uma base de 473 mil usuários no seu aplicativo em abril.
O plano do TC é fazer da oferta um ponto de inflexão para acelerar ainda mais o crescimento da plataforma de conteúdo e serviços para o investidor pessoa física, segundo fontes que tiveram acesso aos preparativos da operação.
Em vez de produtos financeiros, o modelo do TC é o do SaaS (Software as a Service). As principais fontes de receita são a venda de assinaturas de conteúdo, serviços e cursos, sempre na área de investimento.
O case de sucesso tomado como referência é o da listagem da Coinbase, a maior corretora de criptoativos do mundo, na Nasdaq em abril passado. Na primeira semana como empresa pública, a empresa teve 2,7 milhões de downloads do seu aplicativo, com um crescimento de aproximadamente 300% em relação às médias então vigentes.
Em 2020, o TC obteve receita líquida de 40 milhões de reais, com Ebitda de 18,8 milhões de reais e lucro líquido de 13 milhões de reais. Nos primeiros quatro meses de 2021, a receita somou 21 milhões de reais, com Ebitda de 663 mil reais e prejuízo de 26 mil reais.
A base de clientes atingiu 75 mil usuários pagantes em 30 de abril.
Observação: A versão original da matéria trazia a informação de que o IPO do TC havia movimentado 712,5 milhões de reais. O dado foi alterado para 607 milhões de reais depois de consulta a novas fontes a par da operação.
(Com a Reuters)