Naomi Osaka, no centro das atenções olímpicas e contra o racismo

A atleta é filha de um casal inter-racial e acredita que Japão deve melhorar sua aceitação de pessoas mestiças

Emili Omuro se inspira no papel de Naomi Osaka na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Tóquio, mas essa adolescente filha de um casal inter-racial acredita que o Japão deve melhorar sua aceitação de pessoas mestiças.

O mundo segue mudando. Siga em evolução com a EXAME Academy

Na sexta-feira, Osaka, de 23 anos, de mãe japonesa e pai haitiano, vencedora de quatro Grand Slams no tênis, escalou uma réplica do Monte Fuji no Estádio Olímpico de Tóquio para acender a pira olímpica, o grande momento da abertura dos Jogos marcados pela pandemia.

Hachimura, outro símbolo

Osaka não foi a única filha de um relacionamento inter-racial a representar o país-sede. O jogador da NBA Rui Hachimura, de mãe japonesa e pai beninense, foi um dos porta-bandeiras da delegação local.

Osaka e Hachimura são adorados no Japão e fecharam acordos de patrocínio e publicidade significativos, de produtos alimentícios a cosméticos. Mas na vida real, muitos jovens como eles enfrentam preconceito em uma sociedade muito homogênea e conservadora.

Filha de mãe japonesa e pai negro americano, Emili Omuro, de 14 anos, diz que enfrenta discriminação rotineiramente onde mora, em uma cidade ao norte de Tóquio.

"As pessoas comentam pelas minhas costas e fazem piadas sobre mim nos clubes ou quando eu ando na rua", explica à AFP.

Para tentar dar um passo à frente, Omuro apresentou sua candidatura para carregar a tocha olímpica nos revezamentos anteriores aos Jogos.  "Devemos criar uma sociedade na qual as pessoas possam se sentir confortáveis, mesmo que sejam diferentes", explica a jovem.

O canadense negro Kinota Braithwaite também está muito consciente da discriminação contra filhos de casais inter-raciais no Japão. Sua filha Mio, de mãe japonesa, sofreu episódios racistas na escola que frequenta em Tóquio.

"Aconteceu comigo quando eu era criança no Canadá e realmente me parte o coração", diz à AFP. Este ano ele publicou um livro infantil intitulado 'Mio The Beautiful' sobre a experiência de sua filha.

O professor Braithwaite acredita que a discriminação no Japão se deve "à ignorância, não ao ódio". E considera atletas como Osaka e Hachimura "modelos" para as crianças. "Isso abre os olhos, é uma coisa boa", enfatiza.

O país asiático continua tendo uma sociedade muito homogênea. Uma análise dos dados do governo pela agência de notícias Kyodo revelou que apenas 20.000 bebês dos 1.020.000 nascidos em 2014 vieram de um progenitor japonês e outro estrangeiro.

Simbólico, mas conta

"Historicamente, pessoas mestiças sempre existiram no Japão, mas a imagem das pessoas mestiças sempre foi a de brancos ou caucasianos e japoneses", diz Sayaka Osanami Torngren, especialista em migração e questões étnicas da Universidade de Malmoe.

Hoje em dia, cada vez mais pessoas de origem negra e japonesa ou mestiças de origem asiática "falam abertamente sobre suas experiências de discriminação ou racismo".

Em 2019, um patrocinador da Naomi Osaka, a Nissin Foods, esteve no centro de uma polêmica sobre um anúncio de desenho animado retratando a jovem atleta com a pele clara. E uma dupla de comediantes japoneses se desculpou por dizer que estava "muito queimada de sol" e precisava de um "alvejante".

Hachimura revelou há alguns meses que recebia mensagens racistas "quase todos os dias".

"E ainda há pessoas que dizem que não há racismo no Japão", escreveu seu irmão Aren Hachimura, postando uma mensagem odiosa que recebeu nas redes sociais.

Para Torngren, ver Hachimura e Osaka representar o Japão é importante: "Mesmo que seja simbólico, conta".

Fonte: Epoca

24/07/2021 14:50

[84]

 

 


 

Brasil supera 1.000 mortes por covid-19 em 24h pelo terceiro dia seguido

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o país tem 643.029 óbitos e 28.058.862 casos confirmados da doença

Chegou a hora? Biden diz que Putin decidiu mesmo invadir a Ucrânia

Nesta sexta-feira (18), autoridades dos EUA disseram que o número de tropas russas reunidas ao longo das fronteiras da Ucrânia aumentou para aproximadamente 190 mil

Eduardo Leite indica a empresários que será candidato à Presidência

Com convite para deixar o ninho tucano e se filiar ao PSD de Kassab, o gaúcho afirmou a empresários que tem "disposição" de apresentar um projeto alternativo para o país

Ver todas as noticias

 

Roller Clips não personalizado (cento)
Roller Clips não personalizado (cento)
 

por apenas: R$ 245,00

     
Ribbon Evolis Color YMCKO - Importado
Ribbon Evolis Color YMCKO - Importado
P/N: R3011 

por apenas: R$ 256,00

     
Pulseira de silicone ajustável Personalizada - NTAG213
Pulseira de silicone ajustável Personalizada - NTAG213
P/N: NTAG213 

por apenas: R$ 19,84

     
 


 

 

 

 

 

 



Núvem de TAGS: