Embora as próximas eleições brasileiras sejam só no ano que vem, as discussões, principalmente sobre quem será o novo Presidente, estão cada vez mais presentes na mídia, no meio político e nas conversas informais que temos com amigos e familiares.
A exemplo do que aconteceu em 2018, com a polarização extrema e perda de debates importantes para a qualidade da democracia, existe uma vontade crescente entre grande parte da população do surgimento de uma terceira via, que consiga trazer a discussão de ideias para o centro das eleições. Mas, ao mesmo tempo, há descrença de que isso seja possível.
O motivo está quase sempre atrelado a desilusão com a classe política e a crença de que todos são corruptos. Mas, como já apresentamos em matérias anteriores, se você fizer uma pesquisa simples entre os nossos atuais representantes, vai perceber que existem diversos nomes de parlamentares que estão de fato preocupados em trabalhar pelo Brasil, e que poderiam ser opções de terceira via.
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?O próprio Instituto Millenium rapidamente conseguiu levantar 10 perfis de pessoas que poderiam ser uma alternativa em 2022 para a Presidência do Brasil. Tem muita gente que tem projetos para mudar e facilitar a vida do brasileiro. Mas essas pessoas não são vistas, porque elas não participam de CPI, porque elas não batem boca em rede social. E elas não estão roubando, então elas não têm vez e não têm voz na imprensa?, esclareceu a cientista política e CEO do Instituto Millenium, Priscila Pereira Pinto.
Para entender melhor quais as dificuldades que existem para lançar uma candidatura à Presidência da República, o Instituto Millenium conversou com um representante da Câmara dos Deputados e um representante do Senado. O deputado federal Paulo Ganime (NOVO - RJ), fala sobre a questão da burocracia, mas, principalmente, sobre a cultura política, que insiste em priorizar indivíduos em detrimento de projetos de governo.
?O desafio está em como a política brasileira funciona. Hoje ela é baseada em apoio partidário e/ou apoio popular, e não necessariamente na escolha técnica dos melhores nomes para exercer aquela função. Portanto, muitas vezes se prefere um candidato populista e popular?, afirmou.
O senador Carlos Portinho (PL-RJ) afirma que o caminho para um próximo Presidente da República deve ser o técnico, e acredita que quem se enquadra nesse perfil, pode e deve fazer parte da vida pública.
?A política precisa se renovar, precisa de lideranças participativas e precisa que todos aqueles que se preparam participem da vida política, concorram a cargos públicos e integrem a máquina do governo e gestão pública?, comentou.
Sabemos que a escolha dos candidatos, especialmente a cargos do executivo, acontecem dentro dos partidos, nas chamadas prévias e convenções partidárias, e que, especialmente em partidos mais tradicionais, essa escolha é baseada na decisão de caciques, mas a vontade popular é sempre levada em consideração, porque em uma democracia, quem escolhe é o povo.
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Isso significa que o resultado de 2022 depende de você. Escolha quem você quer que te represente nos próximos anos, não deixe que escolham por você. Se informe sobre quem já está no poder, fiscalize e cobre ações. Como destacou Priscila Pereira Pinto, política tem jeito sim, porque ?do mesmo jeito que o Estado ficou deste tamanho, ele tem como diminuir, mas a sociedade tem que se responsabilizar por ter deixado as coisas chegarem nesse ponto. Está na mão de todos nós - que pagamos impostos e que votamos - mudar esse sistema?.