Entidades do setor dizem que adesões não decolaram; para líderes da paralisação de 2018, movimento está de pé
Entidades que reúnem diversas associações de caminhoneiros, como a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), comentam que as chances de uma paralisação da categoria são restritas, dado o baixo número de adesões ao movimento programado para este domingo, 25, o Dia do Caminhoneiro.
"A prerrogativa e legalidade de se realizar uma paralisação é um direito do caminhoneiro e formalizada através de assembléia nos sindicatos. Até o presente momento, não temos conhecimento de tal iniciativa por parte de sindicatos ligados ao sistema da nossa Confederação", disse a CNTA em nota.
O Ministério da Infraestrutura, principal interlocutor dos transportadores de carga junto ao governo, também afirma não ter conhecimento de eventuais solicitações de contato ou reuniões para discutir a possibilidade de uma paralisação da categoria.
Por outro lado, José Roberto Stringasci, presidente da Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB), que reúne 4.500 caminhoneiros, avalia que haverá, sim, greve neste domingo., podendo se estender até a segunda, 26. O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) também sustenta que os planos de promover uma greve geral estão mantidos.
Plínio Dias, presidente da entidade, foi um dos principais líderes da greve de 2018, que contou com o apoio de empresas do setor de transportes e parou o país por 11 dias.
Entre as principais reinvidicações da categoria estão o fim da política de preços da Petrobras para os combustíveis e o cumprimento do piso mínimo de frete. A alta mais recente ocorreu no dia 5 deste mês, quando a Petrobras elevou o preço da gasolina em mais de 6%, passando a ser comercializada a R$ 2,69 para as distribuidoras -- um reflexo da alta do petróleo no mercado internacional.
Também houve um aumento do frete rodoviário, que passou por um reajuste médio de 5,8% nesta terça, 20. Segundo os caminhoneiros, no entanto, a tabela dificilmente é respeitada. O preço mínimo do frete foi criado pela equipe do ex-presidente Michel Temer durante a greve de maio de 2018. A medida foi implementada pelo governo dentro do conjunto de ações para pôr fim à paralisação.