Setores ligados à economia doméstica, como construção civil e shopping, devem surpreender, diz Bruno Lima, analista-chefe de ações do BTG digital
A temporada de balanços do segundo trimestre começou nesta terça-feira, 20, no Brasil, com a divulgação dos resultados de Indústrias Romi (ROMI3) e Neoenergia (NEOE3) após o fechamento do mercado. Mas o termômetro só deve começar a esquentar na semana que vem, quando são aguardados os números de mais de 30 empresas, incluindo gigantes como Vale (VALE3), Santander (SANB11) e Ambev (ABEV3).
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Os dados devem ser observados com atenção pelo mercado, uma vez que as ações tendem a acompanhar no longo prazo o lucro das empresas. E, nesta safra, a base de comparação fraca deve ajudar a sustentar números positivos, lembrando que o segundo trimestre do ano passado foi um dos piores momentos da pandemia em termos de restrições.
Nesse sentido, os setores que devem surpreender positivamente o mercado são aqueles mais ligados à economia doméstica, aqueles que mais sofreram no segundo trimestre de 2020, como shoppings, construção civil, consumo e varejo de forma generalizada, apontou Bruno Lima, analista-chefe de ações do BTG Pactual digital, na edição desta terça-feira do programa Examinando a Bolsa, que vai ao ar após o pregão nos canais no Instagram e no YouTube da EXAME Invest.
O setor de commodities, com destaque para as empresas de mineração e as siderúrgicas, também deve apresentar bons números, ressaltou o analista, diante do aumento expressivo dos preços das matérias-primas no último ano.
No setor de siderurgia, Bruno Lima lista principalmente as empresas expostas ao segmento de aços planos, que são usados na construção civil. "As prévias das construtoras têm mostrado dados muito saudáveis com uma boa recuperação em termos de vendas, lançamentos e em volumes contratados pela frente", disse.
Já do lado mais fraco desta temporada, o head de Equity Research do BTG digital apontou o setor de saúde, que deve ainda sofrer um "efeito de inércia da sinistralidade por causa da covid, principalmente para as empresas verticalizadas", além das companhias de energia elétrica, cujos números não devem empolgar tanto.
"Dentro desse segmento (de energia), só chamaria atenção para as distribuidoras, que têm seus négocios diretamente correlacionado com a atividade. Como tivemos uma recuperação de lá para cá, devemos ter resultados melhores dessas empresas", afirmou.
Confira abaixo a entrevista na íntegra para o programa Examinando a Bolsa: