Lígia Velozo Crispino, fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas, dá dicas para vencer uma das principais travas na hora de aprender uma segunda língua
Você trava e não consegue falar em reuniões conduzidas em inglês? Você consegue falar, mas com muitas limitações porque está preocupado/ preocupada com a crítica dos seus colegas ao seu nível de inglês? Tem medo de ser avaliado? Você tem vergonha de se expor? Tem vergonha de que descubram que você não é tão bom assim em inglês?
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O medo não é sinal de fraqueza. Muito pelo contrário: é uma reação involuntária e natural com a qual convivemos ao longo de nossa vida. Muitas situações podem desencadear essa emoção, desde ver uma barata até um revólver na nossa cabeça.
Na verdade, o cérebro é ativado involuntariamente quando sofre estímulos estressantes, liberando substâncias que disparam o coração, tornam a respiração ofegante, provocam suor e contraem os músculos. Essa é a conhecida reação de luta ou fuga, afinal, o medo está associado ao instinto de sobrevivência. É o medo selvagem, instintivo e ancestral.
Também existe o medo moderno, que é domesticado e que vem do sentimento de querer pertencer, de querer ser reconhecido e amado. Esse medo moderno é como um bicho que vai comendo pelas bordas da nossa mente.
Ele come nosso desejo de falar inglês com naturalidade. Ele nos faz parar de pensar, bloqueia nossa mente. Por isso, quando o medo vem, temos de estabelecer um diálogo interno e investigar o que é real, e de onde vem esse medo.
O medo é capaz de distorcer a nossa visão, a nossa realidade. Ele é baseado em uma projeção, em suposições, vivências, crenças vindas das nossas experiências e traumas, ou seja, referem-se ao passado, e, inclusive do que sentimos no tempo presente, no aqui e agora. A projeção é imaginação, ilusão, como um filme que se passa na nossa cabeça do que poderá acontecer, ou seja, refere-se ao futuro. Então, eu pergunto:
Que filme está se repetindo em sua cabeça?
Temos medo de errar, de não falar bem, de sermos julgados. O medo consome a nossa energia!
A vergonha é prima do medo. Sentimos vergonha quando nossa imagem é ameaçada, quando nos sentimos rejeitados ou humilhados. É uma emoção negativa intensa. Sentir vergonha é, em grande parte, o resultado de um processo de aprendizagem social.
Ao longo da nossa vida, experiências como ser criticado, punido, elogiado, desprezado, bem cuidado ou maltratado foram nos passando recados de como somos. Aprendemos qual é nosso valor a partir dessas experiências.
A vergonha extrai seu poder do fato de não ser compreendida. Essa é a razão pela qual ela não deixa os perfeccionistas em paz ? é tão fácil mantê-los calados! Se você não tolera o erro, persegue a perfeição, terá muita vergonha quando sentir que está sendo julgado. Porém, se desenvolvemos uma consciência dessa vergonha, conseguimos reduzi-la.
O medo e a vergonha não são uma placa de Pare e sim de ?Siga, com atenção?. Atrás de cada medo, existe um potencial de transformação. Por isso, vamos visitar e conversar com nossos medos e vergonha para sair da paralisia e ver que mais importante do que errar, às vezes, ao falar em inglês é conseguirmos expressar nossas ideias e mensagem e compreender o que nos falam, isto é, dialogar!! Até porque você fala e escreve em português sem erro algum?
Lígia Velozo Crispino, fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas (https://www.companhiadeidiomas.com.br). Graduada em Letras e Tradução pela Unibero. Curso de Business English em Boston pela ELC e extensões na área de Marketing na ESPM, FGV e Insper. Coautora do Guia de Implantação de Programas de Idiomas em empresas e autora do livro de poemas Fora da Linha. Mobilizadora cultural à frente do Sarau Conversar. Mentora da Fundação Everis. Quer falar comigo? ligia@companhiadeidiomas.com.br.
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