Nesta semana, Datena filiou-se ao PSL, partido que elegeu o presidente Jair Bolsonaro na eleição de 2018, mas ao qual o presidente de desfiliou
José Luiz Datena afirmou nesta sexta-feira durante seu programa na Rádio Bandeirantes que é pré-candidato à Presidência da República na eleição do ano que vem pelo PSL, partido ao qual se filiou nesta semana.
O apresentador, que no passado já chegou a se filiar a outros partidos para disputar eleições, mas acabou desistindo, afirmou que a confirmação da candidatura dependerá de seu desempenho em pesquisas eleitorais e também não descartou disputar o governo de São Paulo ou uma vaga no Senado.
"Hoje, hoje, neste momento, como o partido decidiu, o Bivar decidiu e a Executiva do partido decidiu, eu sou pré-candidato à Presidência da República. Hoje! Eu sou pré-candidato à Presidência da República", disse Datena em seu programa, quando questionado sobre a possibilidade de se candidatar pelo jornalista Leonardo Sakamoto, a quem entrevistava, e referindo-se ao presidente nacional do PSL, o deputado federal Luciano Bivar (PE).
"Eu também não sou um cara burro. Se eu tiver perdendo de 10 x 0 ou de 7 x 1, como o Brasil da Alemanha, não dá para empatar. Se passar de dois dígitos em avaliação, em pesquisa científica e tal, eu vou para o pau com os caras e não tenho medo de nenhum deles. De nenhum deles, absolutamente de nenhum deles. Aí o cara me perguntou assim 'você vai ser oposição ao Bolsonaro?' Pô, é óbvio, se eu sou candidato eu tenho que ser oposição a ele, ao Lula, ao Ciro, a todo mundo", acrescentou.
Apresentador de rádio e do programa "Brasil Urgente", um dos principais telejornais policiais do país, transmitido pela Band, Datena tem um dos mais elevados salários da TV brasileira.
Ex-filiado ao PT, Datena filiou-se ao PP em 2015 e anunciou sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo no pleito do ano seguinte, mas acabou desistindo da empreitada já no ano da eleição.
Em 2018, filiado ao DEM, também lançou uma pré-candidatura ao Senado por São Paulo, mas também desistiu, e o mesmo se deu em 2020, quando chegou a flertar com uma pré-candidatura à prefeitura paulistana pelo MDB.
Nesta semana, Datena filiou-se ao PSL, partido que elegeu o presidente Jair Bolsonaro na eleição de 2018, mas ao qual o presidente de desfiliou após uma disputa interna com Bivar pelo comando da sigla. Desde então, Bolsonaro está sem partido. Ele precisa filiar-se a uma legenda para estar apto a buscar a reeleição no ano que vem.
Na ocasião da filiação de Datena, a Executiva Nacional do PSL --que era um partido nanico até a eleição de Bolsonaro em 2018-- manifestou "total apoio" à pré-candidatura do apresentador ao Planalto.
No seu programa de rádio nesta sexta, Datena também aventou a possibilidade de disputar o governo do Estado de São Paulo ou uma vaga no Senado.
"Mas tenho possibilidade de Senado ou de governo também se a campanha (a presidente) não decolar. Se decolar, sei lá, aí eu vou para o pau mesmo", afirmou.
O governador atual de São Paulo é João Doria (PSDB), ex-apresentador e ex-colega de Datena na Band.
Doria é pré-candidato à Presidência pelo PSDB e disputará as prévias que definirá em novembro o postulante ao Planalto pelo partido. Recentemente ele patrocinou a filiação ao PSDB de seu vice, Rodrigo Garcia, apontado como candidato natural à sucessão, caso Doria dispute o Planalto ou decida não buscar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.
A única vaga ao Senado pelo Estado que estará em disputa no ano que vem pertence atualmente a José Serra (PSDB), que já indicou que buscará a reeleição.
Datena também disse apostar que a disputa presidencial de 2022 não será polarizada entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Eu acho que não vai ficar nessa polarização. A tendência é a polarização, mas eu acho que não vai ficar nisso não", avaliou.
As pesquisas eleitorais divulgadas até agora mostram Lula com ampla vantagem sobre Bolsonaro e o atual presidente bem distante de Ciro Gomes (PDT), que aparece em terceiro na maioria das sondagens.
Outros nomes que são mencionados como possibilidade de uma terceira via --como o de Doria e dos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Sergio Moro (sem partido)-- não decolaram até agora.